quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
cigarros, café e solidão.
Uma xícara de café e um cigarro apagando-se no cinzeiro. Um orgulho ferido e um coração quebrado.. chega a ser irônico o fato de que as coisas que mais me definham, são os meus melhores amigos na minha amarga caminhada.O café e o cigarro, eles não escorregam pelos dedos como o amor, eles não ferem e trazem dor como a solidão, eles tampam.. eles cobriram o buraco que o amor deixou quando foi embora, eles esconderam a dor dessa solidão estúpida.O café por um lado, deixa-me acordada e de olhos bem abertos para ver o quanto fracassei, ele me deixa acordada pra olhar de perto minha dor.. por outro lado o cigarro me acalma, ele me eleva a um tipo de sensação que faz com que eu ignore todos os erros da minha trajetória degradante de vida.Os dois juntos.. parecem que formam a dupla ideal pro meu sofrimento, a fumaça quente do café e a fumaça fria do cigarro que me mata, parecem se encontrar no ar, e fazer um amor só, uma só coisa no espaço e isso me faz sentir nojo, nojo de mim.. por deixar transparecer que eu sou a única idiota que não se deu bem no amor e acabou indo parar na ultima mesa do bar, perto da janela.. pra que nem a minha fumaça incomode mais alguém, já que a minha falta de coração incomodou quem eu mais amei.Se eu paro pra pensar, chego a rir na cara do meu destino.. porque tanta ironia, hein destino? Eu entrego a minha alma ao amor, e é isso que eu ganho em troca? café, cigarros e solidão? Então de que vale essa esperança fudida que você plantou aqui em? floresceu tudo no meu coração, mais morreu.. escureceu, e tudo ficou noite, noite chuvosa diga-se de passagem.Eu não consigo aceitar o fato, de que os meus melhores amigos são comprados, não consigo aceitar que as coisas que mais me dão atenção, são duas coisas sem almas, sem sentimentos. Será que é isso mesmo? o pós-amor? o pré-sofrimento eterno? O cigarro tá no fim, o café esfriou .. agora eu só posso me levantar, pagar o garçom da cantada babaca e ir pra casa tomar um banho quente, afogar as dores.. mas sem aguá fria por favor, porque de frio já basta o coração que restou, daquele que foi-se com o amor, o filho da puta do amor.
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Gostei, muito bom!!! Solidão de artista!
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